Vilão ou mocinho? Essa dúvida sempre surge em torno de um dos alimentos mais usados na culinária brasileira: o ovo. Muitos não passam nem perto dele e acham que, só de olhar, já mandaram a taxa de colesterol lá para cima. Outros, fazem uma dieta restritiva à base de ovos para ganhar massa muscular. E, no fundo, todo mundo está errado. Com equilíbrio é possível utilizá-lo sem medo no dia a dia.
O ovo é uma fonte de proteína e outros nutrientes essenciais, como o ácido fólico, ferro, zinco, fósforo, manganês e potássio. Esses nutrientes potencializam função cerebral, melhorando a memória e concentração, prevenindo doenças neurológicas; controlam a pressão arterial; preservam boa imunidade e são importantes para a saúde dos olhos.
Entre as substâncias presentes no ovo, está a colina, necessária para funções básicas do corpo, como o funcionamento das células, do fígado e o transporte dos nutrientes. “Embora a colina seja produzida pelo organismo, essa produção não é adequada para atingir a necessidade diária e, por isso, ela precisa ser consumida na dieta”, observa Luciana Outerelo, nutricionista do W Spa. Há alguns estudos que colocam o ovo no centro da prevenção de doenças como Alzheimer e Mal de Parkinson, mas nada foi comprovado ainda.
Aliado da atividade física
Quem faz muita atividade física tem a clara como grande aliada. Luciana esclarece que a proteína está na forma de albumina – presente, basicamente, na clara. “Quem faz esporte pode consumir duas claras de ovo cozidas após o treino para ajudar na recuperação muscular”, sugere.
Se os atletas podem abusar um pouquinho, o mesmo não acontece com quem tem as taxas de colesterol altas. Não é que o ovo seja propriamente um vilão, que deva ser mantido fora da dieta. No entanto, há que se tomar cuidado com as quantidades. “Para essas pessoas a recomendação é ingerir ovo de duas a três vezes por semana. Já quem não tem o problema pode comer um ovo por dia”, diz a especialista.
Muitas pessoas imaginam que ovos de casca vermelha ou marrom possuem mais nutrientes que os de casca branca, mas a cor da casca não influencia na quantidade de nutrientes, conforme explica Luciana. “As diferenças na cor da casca indicam apenas a raça da galinha. Assim, ovos de casca branca, vermelha ou marrom possuem o mesmo valor nutritivo”, avalia. Então você deve ter concluído: todos os ovos são iguais. E dizemos que não. “A diferença que existe no valor nutritivo é proveniente da origem da galinha. Os ovos de galinhas caipiras são mais nutritivos do que os ovos de galinhas de granja, por possuírem maior teor de vitamina A e de antioxidantes. Essa diferença se destaca principalmente pela alimentação das aves”, ressalta a nutricionista.
Ajuda a emagrecer
Os ovos são indicados para quem quer emagrecer. Luciana explica que eles possuem alta porcentagem de gorduras monoinsaturadas. “Isso porque elas ajudam a queimar as insaturadas, que são difíceis de eliminar”, esclarece Luciana. O ovo não é um alimento calórico. Uma unidade possui aproximadamente 70 calorias, sendo a gema a parte mais engordativa. “A gema possui 54 calorias, contra 16 da clara”, contabiliza a especialista. Para que esses números não se alterem muito, o ideal é consumi-lo cozido, pois assim não terá adição de nenhuma gordura, como manteiga ou azeite.
E você sabia que o ovo também pode dar uma mãozinha para o bom humor? O responsável por essa ajuda extra é o triptofano. “Ele é um aminoácido essencial utilizado pelo cérebro, juntamente com a vitamina B3, a niacina e o magnésio, para produzir a serotonina, um neurotransmissor importante no processo bioquímico do sono e do humor”, observa a nutricionista.
Quando for comprar ovos, olhe um a um. Veja se a casca está sem manchas e rachaduras. Na hora de armazená-lo, o melhor lugar é a geladeira, conforme explica a nutricionista. “O ovo pode ser colocado na porta da geladeira, mas se a família abrir muito a porta, a variação da temperatura pode prejudicar a conservação dos nutrientes e, por isso, o ideal é guardar na prateleira interna”, finaliza Luciana Outerelo.
Fonte: Yahoo